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Uma tarde no psiquiatra - Qual o problema?

Por: Especializado Blog AS: abril 07, 2016
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  • Espero que gostem, e que ao menos se pronunciassem, vocês parecem um bando de fantasmas, seus putos!


    Uma tarde no psiquiatra

    - Boa tarde, doutor. Como está?
    - Muito bem, obrigado. E você, qual o problema?
    - Problema, doutor? Acho que não tenho nenhum, até o momento.
    - É o que todos dizem num consultório médico. Ainda bem que você não tem diabetes, senão diria que não comeu nada demais. Enfim, porque te mandaram aqui?
    - Até agora não sei bem. Acho que preciso de alguém que ouça minhas conversas, sem reclamar.
    - E o que exatamente aconteceu com o último que reclamou?
    - Ah, o Ernesto, estávamos conversando sobre contagem de anos, e ele vem me dizer que a década de 90 começou em 1991, como acontece com os séculos! Vê se tem cabimento? Voei no pescoço dele pela audácia.
    - Meio radical você, hein? Ainda bem que você não exige muito, é só conversa mesmo.
    - Ah, e doutor? As conversas poderiam ser ali no divã? Sempre vi aqueles malucões de filmes tendo altas conversas com o psiquiatra naqueles divãs! Era meu sonho molhado fazer o mesmo?
    - Seu sonho era ser maluco? Que intrigante.
    - Não, doutor! Divãs são o máximo, sempre quis deitar e conversar em um!
    - Como quiser, então; cada doido com sua mania...
    - Engraçado, todos os consultórios de profissionais da área do senhor têm um divã. Acho que as lojas de móveis oferecem um desconto pros médicos da psique! Será que oferecem um descontinho pra psicopatas?...
    - Sua piada foi deprimente. Só por causa disso, nada de divã essa consulta!
    - Ah doutor, qual é? Quer que eu voe no seu pescoço também?
    - Experimente, que você leva uma injeção de calmante, cujo efeito só passa depois de uma semana!
    - Mas isso aí é Rivotril! Depois de umas horas, estarei pronto pra outra!
    - Teremos um problema sério de relacionamento se você continuar sendo enxerido assim.
    - Sem problema, doutor. Meu problema é a falta de gente pra conversar.
    - O primeiro passo pra resolver o problema é admiti-lo.
    - Todo metido a psicólogo fala isso ou é impressão?
    - Nossa consulta acabou! Queira se retirar, que você está pagando por plano de saúde e o próximo paciente paga particular!
    - Nossa doutor, que grosseria!
    - Porra nenhuma, até semana que vem! Passe bem!

    Uma Tarde no Psiquiatra - Gordo é Escroto

    Por: Especializado Blog AS: abril 07, 2016
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  • Como estava sem pacientes, o doutor estava assinando alguns papéis e carimbando outros - sendo que os carimbos foram especialmente feitos para exprimir a atual situação dos pacientes, com frases de efeitos como: "caso perdido", "ainda há salvação", "morre virgem", "psicopata crônico - não que ele se importe", entre outros. Nesse momento, ouve o telefone de sua secretária tocar, e seu paciente favorito entrar. Favorito porque seu plano de saúde não cobria tanto tempo de consulta e agora ele tinha que pagar de forma particular. O único da lista de pacientes, por sinal. E ele parecia revoltado. "Aposto que a Milena acabou de avisá-lo sobre a nova forma de pagamento", pensou o doutor com seus botões.
    - Doutor, me responda uma coisa. Porque todo gordo é escroto?
    O doutor riu com gosto.
    - AHHHH, meu Deus, hoje a consulta vai ser boa! Deita aí no divã, rapá!
    - Porra, isso é um absurdo. Porque todo gordo é escroto?
    - De onde você tirou essa conclusão, meu filho?
    - É só ver por aí, doutor! É uma falta de vergonha na cara e excesso de banha! Veja só, Tim Maia era um escroto. Tá, eu admito, adorava as músicas dele quando era pequeno, mas fui crescendo e sabendo das coisas que ele fazia... era um puta escroto!
    - Ok, ok. Mais algum?
    - Deixa ver.... João Gordo, escroto até no nome. Agora virou hippie, o que o deixa ainda mais escroto!
    - Essa aí eu concordo, aquele Gordo Freak Show era uma... bem, mais algum em mente?
    - Faustão. Tudo bem, ele não é mais gordo, parece uma tartaruga sem casco, mas ele já foi gordo, então não deixa de ser escroto.
    - A lista está ficando previsível.
    -Tem o Jô Soares. Todo mundo vive falando bem dele, sei lá, não gosto dele. Se fosse bom mesmo, o programa passava mais cedo. É gordo e escroto.
    - Mas ele é engraçado.
    - Aquele César Menotti e Fabiano! Não sei qual dos dois é o gordo da dupla, mas um deles é escroto!
    - Vamos lá, você consegue melhor que isso.
    - Estou ficando sem opções. Victor Wooten, um escroto no baixo, no bom sentido!
    - Quem? Essa daí foi apelação!
    - Garfield, doutor! Gato é um bicho escroto por natureza, e gordo então! A pior combinação do mundo! Um gato gordo e escroto!
    - Eu podia ser um membro do PETA e você nem saberia...
    - O senhor Barriga! É escroto porque é gordo e pertence à terceira pior raça que existe, cobradores de aluguel!
    - Quais são as outras duas?
    - Taxista e cobrador de ônibus. O senhor já viu aqueles sapatos de liquidação dos cobradores, doutor? Não é uma visão muito agradável...
    - Huum, justa causa. Está melhorando.
    - Vejamos... Geddel, porra! Quer gordo mais escroto que ele? Podia ter mandado um auxílio praqueles desgraçados no deslizamento no Rio, mas não! Enviou a porra do dinheiro pra um monte de prefeitura nos interiores fins-de-mundo da Bahia! Escrotidão do caralho! Ele devia ir pro inferno com aquele outro escroto, o ACM!
    - Diga isso não, eu ia votar nele...
    - Qual é, doutor! Agora que eu vejo... e essa barriguinha aí? E aquele aumento na conta no fim do mês, hein? O senhor também é um belo de um escroto!
    - Muito bem, acabou o tempo da consulta. Passe bem, puto!
    - O quê? Mas que porra, não posso nem te criticar, que sou expulso do consultório!
    - Anda logo, cacete, tá na hora do seu remédio! E separe o dinheiro da consulta, ouviu!

    Uma Tarde no Psiquiatra - Um Psiquiatra de Respeito

    Por: Especializado Blog AS: abril 07, 2016
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  • Depois de mil anos sem postar (dois meses), o blog IS BACK TO ACTION, BABY!
    Enfim, continuemos com a série 'Uma tarde no psiquiatra'. Enjoy!

    Uma tarde no psiquiatra 

    - E aí maluco, o que você manda hoje?
    - Doutor, não seria antiético pro senhor, um psiquiatra de respeito, chamar seu paciente de 'maluco'?
    - Mas é exatamente disso que eu trato, de maluco. Por tabela, você é maluco!
    - ...
    - Deixe de viadagem, tenho um jogo do Flamengo pra assistir logo mais.
    - Estava me sentindo meio... literário hoje, queria falar sobre isso.
    - Fala que eu te ouvo.
    - Sei lá, estava aqui imaginando com qual estilo literário eu me identificaria melhor.
    - Espero honestamente que você só esteja se referindo aos estilos brasileiros mais recentes, porque, convenhamos, você aí, todo dependente de remédios tarja preta, não se daria muito bem com o bucolismo do Arcadismo. A não ser que você procure as matérias-primas direto no mato.
    - É, tem razão. Tem o Romantismo do início do século XIX... uma vida regada a amores, desilusões, algumas tragédias, mas com óbvios finais felizes e abruptos. Mas não sei se seria legal viver sentindo saudade da terrinha, onde tem palmeiras e onde canta o sabiá.
    - Sem contar que você não teria muita paciência pra lidar com mocinhas pentelhas que te enrolariam por meio livro só dar permissão de segurar a mão dela, e outro livro pra dar um beijinho na bochecha.
    - É, tem razão. Mas eu ia curtir que lessem meus poemas num teatro qualquer da Corte!
    - Ah, claro. Só não posso dizer que sua vida seria muito longa, você provavelmente iria morrer aos 20 e poucos e de tuberculose.
    - Verdade. Temos mais o quê?
    - Vejamos... tem o Parnasianismo.
    - O senhor tem exemplos de gente assim?
    - Ah, vários. Aqueles empresários que precisam de uma secretária, e têm que escolher entre uma inteligentíssima, que fala cinco idiomas, mas é feia de doer, ou uma que copiou e colou um modelo de currículo da internet, porque nem isso sabe fazer, mas é gostosa pra caralho.
    - Mas o que isso tem a ver?
    - Simples. A maioria dos empresários, nessa situação, tende a ser parnasianista; isto é, prefere a forma ao conteúdo.
    - Fale sério doutor, o que você faria nessa situação?
    - Eu certamente não seria realista, que seria a outra opção do empresário.
    - E como seria viver como um realista?
    - Rapaz, repare só. Você ia viver pra falar mal de tudo e todos, como o mundo está errado, como a escravidão está fudendo com o país, muito pobre pra pouco rico, mas uma hora ia encher o saco.
    - Porquê?
    - Porque ser realista não enche barriga de ninguém, sem contar que você ia pegar fama de pentelho resmungão. Todo mundo cheio de problema, de conta pra pagar, e você ainda fica enchendo o saco alheio fazendo propaganda da corrupção na Inglaterra e o calote econômico da Grécia. Faça o favor.
    - Ainda tem o Simbolismo.
    - Esqueça. Você ia falar um monte de besteira da forma mais metaforizada possível, de uma forma tal que ninguém te entenderia. Você ia terminar passando uma imagem de chato incompreendido, tipo Jim Morrisson.
    - E o Dadaísmo?
    - Bobagem. Iam pensar que você é um débil-mental que só fica falando monossílabos em sua maioria, e frases desconexas, enquanto na sua ilusão você estaria fazendo crítica social. Me poupe.
    - Que merda, doutor! Não tem nenhum estilo literário que eu poderia me identificar?
    - Tem o Modernismo, que na minha opinião é o melhor de todos. A arte de quem conhecia o povo, fazendo arte para o povo, ignorando ideais europeus e fazendo algo mais autêntico, mais brasileiro, de uma forma que os intelectuais ignoraram a princípio, porque não tinha refinamento, glamour, personagens virtuosos que eles pudessem se identificar; em vez disso, personagens populares, que agiam como tal, refletindo mais a essência do próprio brasileiro.
    - Trocando em miúdos, o que isso tudo quer dizer?
    - De uma forma reducionista, quer dizer que tinha o povão falando palavrão nas histórias. Até a próxima consulta.